segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Romantismo no Brasil

A nossa história , a nossa literatura

Romantismo no Brasil



O Romantismo nasce no Brasil poucos anos depois da nossa


independência política. Por isso, as primeiras obras e os primeiros


artistas românticos estão empenhados em definir um perfil da cultura


brasileira em vários aspectos: a língua, a etnia, as tradições, o


passado


histórico, as diferenças regionais, a religião, etc. Pode-se dizer que o


nacionalismo é o traço essencial que caracteriza a produção de


nossos


primeiros escritores românticos.
 
Momento histórico



A Coroa portuguesa muda-se para o Brasil em 1808 e eleva a co


lônia à categoria de Reino Unido, ao lado de Portugal e Algarves. As


conseqüências desse fato são inúmeras. A vida brasileira altera-se pro


fundamente, o que de certa forma contribui para o processo de indepen


dência política da nação.


As dinamizações da vida cultural da colônia e a criação de um


público leitor criam algumas das condições necessárias para o flores


cimento de uma literatura mais consistente e orgânica do que eram as


manifestações literárias dos séculos XVII e XVIII.
 
Particularidades do nosso Romantismo



A Independência política, em 1822, desperta na consciência de


intelectuais e artistas nacionais a necessidade de criar uma cultura bra


sileira identificada com suas próprias raízes históricas, lingüísticas e


culturais.


O Romantismo assume em nossa literatura a conotação de um


movimento anticolonialista e antilusitano. Portanto, um dos traços


essenciais do nosso Romantismo é o nacionalismo, abrindo um leque


de possibilidades a serem exploradas:


a) o indianismo


b) o regionalismo


c) a pesquisa histórica, folclórica e lingüística


d) crítica aos problemas nacionais


Marco inicial do Romantismo no Brasil:


Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães.
 
As gerações do Romantismo



Primeira geração


Nacionalista, indianista e religiosa.


Poetas: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.


Segunda geração


Marcada pelo mal-do-século, apresenta egocentrimo


exacerbado, pessimismo, satanismo e


atração pela morte.


Poetas: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,


Fagundes Varela e Junqueira Freire.


Terceira geração


Marcada pelo condoreirismo: poesia de cunho político e social.


Poeta de maior expressão: Castro Alves.
 
Gonçalves Dias



“ Um projeto de cultura brasileira”


(1823 - 1864)


Filho de português com uma cafuza, o maranhense fez os primeiros


estudos em seu Estado natal e completou-os em Coimbra, onde


cursou Direito. De volta ao Brasil (1845), trouxe em sua bagagem boa


parte de seus escritos. Fixa-se no Rio de Janeiro, e ali publica sua primeira


obra Primeiros contos (1846). Fez várias viagens pelo país, incluindo


a Amazônia, tendo chegado a escrever uma Dicionário da língua


tupi.


Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdu


tor do romantismo no Brasil, foi, na verdade, Gonçalves Dias quem implantou


e solidificou a poesia romântica em nossa literatura.
 
Gonçalves Dias



A obra de Gonçalves Diaspode ser considerada a realização


de um verdadeiro projeto de construção da cultura brasileira.


O autor, buscando captar a sensibilidade e os sentimentos de


nosso povo, criou uma poesia voltada para o índio e para a natureza


brasileira, numa linguagem simples e acessível.


Seus versos, tais como os de sua Canção do exílio, são meló-


dicos e exploram métricas e ritmos variados. Cultivou também poe


mas religiosos, de fundo panteísta (adoração da natureza como divin


dade).


Sua obra poética apresenta os gêneros lírico e épico. Na épica,


canta os feitos heróicos de índios valorososque substituem a figura


do herói medieval europeu (I-Juca -Piramae Os timbiras). Na lírica, os


temas mais comuns são a pátria, a natureza, Deus, o índio e o amor


não correspondido-em grande parte, decorrente de sua frustrada


paixão por Ana Amélia do Vale.
 
Segunda fase: O Ultra-Romantismo



“Desinteresse pela vida político-social, retorno a si


mesmo, atitude profundamente pessimista diante


da vida, tédio, falta de perspectivas, sonho com


amores impossíveis, espera da morte.”
 
O Ultra-Romantismo



Nas décadas de 50 e 60 do século XIX, forma-se nos meios uni-


versitários de São Paulo e Rio de Janeiro um novo grupo de poetas,


que vai dar origem à segunda geração da poesia romântica brasileira.


Esses poetas, na maioria, eram jovens que levavam uma vida desregra


da, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, o caos amoroso e


a leitura de obras literárias européias.


Com estilo de Byron e Musset, essa geração caracterizava-se


pelo espírito do “mal-do-século”,uma onda de pessimismo doentio di-


ante do mundo que se traduzia no apego a certos valores decadentes


tais como a bebida, o vício, e na atração pela noite e pela morte.


Os ultra-românticos desprezavamcertos temas e posturas da


primeira geração, como o nacionalismo e o indianismo. Acentuavam


traços como o subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo, am-


pliando a experiência da sondagem interiore preparando terreno


para a investigação psicológica que caracterizará o Realismo.
 
O medo de amar



Quanto ao amor, os ultra-românticos possuem uma visão dua


lista, que envolve atração e medo, desejo e culpa.


Os ultra-românticos temem a realização amorosa. O ideal femi


nino é normalmente associado a figuras incorpóreas ou assexuadas,


como anjo, criança, virgem, etc., e as referências ao amor físico se dão


apenas de modo indireto, sugestivo ou superficialmente.


No fogo vivo eu me abrasara inteiro!


Ébrio e sedento na fugaz vertigem


Vil, machucava com meu dedo impuro


As pobres flores da grinalda virgem!


Vampiro infame, eu sorveria em beijos


Toda a inocência que teu lábio encerra,


E tu serias nolascivoabraço


Anjo enlodado nos pauisda terra


Se de ti fujo é que te adoro e muito,


És bela -eu moço; tens amor, eu -medo!...


Lascivo: sensual


pauis: brejo
 
Álvares de Azevedo



É a principal expressão da geração ultra-


romântica de nossa poesia. Paulista, fez os estu


dos básicos no Rio de janeiro e cursava o quinto


ano de Direito em São Paulo quando sofreu um


acidente, cujas complicações o levaram à morte,


aos 20 anos de idade.


O escritor cultivou a poesia, a prosa e o teatro. Toda a sua produção -sete livros, discursos e cartas -foi escrita em apenas quatro anos, período em que era estudante universitário.


(1831 -1852)
 
As faces de Ariel e Caliban



A característica intrigante de sua obra reside na articulação


consciente de um projeto literário baseado na con


tradição, talvez a contradição que ele próprio sentido como


adolescente. Esse aspecto é visível nas partes que formam


sua principal obra poética: Lira dos vinte anos. A primeira


e a terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adolescente,


casto, sentimental e ingênuo. Ele mesmo chama a


essas partes de as faces de Ariel, isto, é a face do bem.


Quando se abre a segunda parte da Lira dos vinte anos, contudo, o leitor


depara com um segundo prefácio da obra, com os seguintes dizeres:


Cuidado, leitor, ao voltar esta página!


Aqui dissipa-se o mundo viosionário e platônico. Vamos entrar num


mundo novo (...) Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban. (...) Nos meu lábios


onde suspirava a monotonia amorosa, vem a sátira que morde.


Com esse comentário o poeta introduz o leitor no mundo de Caliban, que retra


tam um mundo decadente, povoado de viciados, bêbados e prostitutas, de nadarilhos


solitários, sem vínculos e sem destino: Noite na taverna e Macário.
 
O condoreirismo



•A terceira geração romântica foi chamada de condoreira ou de poesia social, pois buscava demonstrar em sua obra os problemas sociais do Brasil da época, como escravidão, proletariado e outros.O seu principal representante foi


Castro Alves.
 
Obra condoreira



Navio Negreiro


O navio negreiroé um poemade Castro Alvese um dos mais conhecidos da literatura brasileira. O poema descreve com imagens e expressões terríveis a situação dos africanosarrancados de suas terras, separados de suas famílias e tratados como animais nos navios negreirosque os traziam para ser propriedade de senhores e trabalhar sob as ordens dos feitores.
 
Navio Negreiro



•Tostados pelo sol dos quatro mundos! Crianças que a procela acalentara No berço destes pélagos profundos!


•Esperai! esperai! deixai que eu beba Esta selvagem, livre poesia Orquestra —é o mar, que ruge pela proa, E o vento, que nas cordas assobia


•Por que foges assim, barco ligeiro? Por que foges do pávido poeta? Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira Que semelha no mar —doudo cometa!


•Albatroz! Albatroz! águia do oceano, Tu que dormes das nuvens entre as gazas, Sacode as penas, Leviathan do espaço, Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
 

Guia prático da nova ortografia da Língua Portuguesa

Guia Prático da




NOVA


ORTO GRA FIA




Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram

reintroduzidas as letras k, w e y.

O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I

J K L M N O P Q R

S T U V WX Y Z

As letras k, w e y, que na verdade

não tinham desaparecido da maioria

dos dicionários da nossa língua,

são usadas em várias situações. Por

exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades

de medida: km (quilômetro), kg (quilograma),

W (watt);


b) na escrita de palavras estrangeiras (e

seus derivados): show, playboy, playground,

windsurf, kung fu, yin, yang,

William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal

colocado sobre a letra u para indicar

que ela deve ser pronunciada nos grupos

gue, gui, que, qui.

Como era Como fica

agüentar aguentar

argüir arguir

bilíngüe bilíngue

cinqüenta cinquenta

delinqüente delinquente

eloqüente eloquente

ensangüentado ensanguentado

eqüestre equestre

freqüente frequente

lingüeta lingueta

lingüiça linguiça

qüinqüênio quinquênio

sagüi sagui

seqüência sequência

seqüestro sequestro

tranqüilo tranquilo

Atenção: o trema permanece apenas

nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.


Mudanças nas regras

de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos

abertos éi e ói das palavras

paroxítonas (palavras que têm acento

tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica

alcalóide alcaloide

alcatéia alcateia

andróide androide

apóia (verbo apoiar) apoia

apóio (verbo apoiar) apoio

asteróide asteroide

bóia boia

celulóide celuloide

clarabóia claraboia

colméia colmeia

Coréia Coreia

debilóide debiloide

epopéia epopeia

estóico estoico

estréia estreia

estréio (verbo estrear) estreio

geléia geleia

heróico heroico

idéia ideia

jibóia jiboia

jóia joia

odisséia odisseia

paranóia paranoia

paranóico paranoico

platéia plateia

tramóia tramoia

Atenção: essa regra é válida somente

para palavras paroxítonas. Assim, continuam

a ser acentuadas as palavras

10 Douglas Tufano Guia Prático da Nova Ortografia 11

oxítonas e os monossílabos tônicos

terminados

em éis e ói(s). Exemplos:

papéis, herói, heróis, dói (verbo doer),

sóis etc.

2. Nas palavras paroxítonas, não se

usa mais o acento no i e no u tônicos

quando vierem depois de um ditongo

decrescente.

Como era Como fica

baiúca baiuca

bocaiúva bocaiuva*

cauíla cauila**

feiúra feiura

* bocaiuva = certo tipo de palmeira

**cauila = avarento

Atenção: 1) se a palavra for oxítona e

o i ou o u estiverem em posição final

(ou seguidos de s), o acento permanece.

Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí; 2)

se o i ou o u forem precedidos de ditongo

crescente, o acento permanece.

Exemplos: guaíba, Guaíra.

3. Não se usa mais o acento das palavras

terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica

abençôo abençoo

crêem (verbo crer) creem

dêem (verbo dar) deem

dôo (verbo doar) doo

enjôo enjoo

lêem (verbo ler) leem

magôo (verbo magoar) magoo


perdôo (verbo perdoar) perdoo

povôo (verbo povoar) povoo

vêem (verbo ver) veem

vôos voos

zôo zoo

4. Não se usa mais o acento que diferenciava

os pares pára/para, péla(s)/

pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)

e pêra/pera.

Como era Como fica

Ele pára o carro. Ele para o carro.

Ele foi ao pólo Ele foi ao polo

Norte. Norte.

Ele gosta de jogar Ele gosta de jogar

pólo. polo.

Esse gato tem Esse gato tem

pêlos brancos. pelos brancos.

Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção!

• Permanece o acento diferencial em

pôde/pode. Pôde é a forma do passado

do verbo poder (pretérito perfeito do

indicativo), na 3.ª pessoa do singular.

Pode é a forma do presente do indicativo,

na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair

mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em

pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante

que foi feita por mim.

• Permanecem os acentos que diferenciam

o singular do plural dos verbos

ter e vir, assim como de seus derivados

(manter, deter, reter, conter, convir,

intervir, advir etc.). Exemplos:


Ele tem dois carros. / Eles têm dois

carros.

Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de

Sorocaba.

Ele mantém a palavra. / Eles mantêm

a palavra.

Ele convém aos estudantes. / Eles convêm

aos estudantes.

Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.

Ele intervém em todas as aulas. / Eles

intervêm em todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo

para diferenciar as palavras forma/

fôrma. Em alguns casos, o uso do

acento deixa a frase mais clara. Veja

este exemplo: Qual é a forma da fôrma

do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no

u tônico das formas (tu) arguis, (ele)

argui, (eles) arguem, do presente do

indicativo do verbo arguir. O mesmo

vale para o seu composto redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos

verbos terminados em guar, quar e

quir, como aguar, averiguar, apaziguar,

desaguar, enxaguar, obliquar,

delinquir etc. Esses verbos admitem

duas pronúncias em algumas formas

do presente do indicativo, do presente

do subjuntivo e também do imperativo.

Veja:

a) se forem pronunciadas com a ou i

tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos:


• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas,

enxágua, enxáguam; enxágue,

enxágues, enxáguem.

• verbo delinquir: delínquo, delínques,

delínque, delínquem; delínqua,

delínquas, delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico,

essas formas deixam de ser acentuadas.

Exemplos (a vogal sublinhada

é tônica, isto é, deve ser pronunciada

mais fortemente que as outras):

• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas,

enxagua, enxaguam; enxague,

enxagues, enxaguem.

• verbo delinquir: delinquo, delinques,

delinque, delinquem; delinqua,

delinquas, delinquam.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais

corrente é a primeira, aquela com a e

i tônicos.

Uso do hífen

com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas

que não apresentam elementos

de ligação. Exemplos:

guarda-chuva, arco-íris, boa-fé,

segunda-feira, mesa-redonda,

vaga-lume, joão-ninguém,

porta-malas, porta-bandeira,

pão-duro, bate-boca

* Exceções: Não se usa o hífen em

certas palavras que perderam a noção

de composição, como girassol, madressilva,

mandachuva, pontapé,

paraquedas, paraquedista, paraquedismo.


2. Usa-se o hífen em compostos que

têm palavras iguais ou quase iguais,

sem elementos de ligação. Exemplos:

reco-reco, blá-blá-blá,

zum-zum, tico-tico,

tique-taque, cri-cri, glu-glu,

rom-rom, pingue-pongue,

zigue-zague, esconde-esconde,

pega-pega, corre-corre

3. Não se usa o hífen em compostos

que apresentam elementos de ligação.

Exemplos:

pé de moleque, pé de vento,

pai de todos, dia a dia, fim de semana,

cor de vinho, ponto e vírgula, camisa

de força, cara de pau, olho de sogra

Incluem-se nesse caso os compostos

de base oracional. Exemplos:

maria vai com as outras,

leva e traz, diz que diz que,

deus me livre, deus nos acuda,

cor de burro quando foge,

bicho de sete cabeças,

faz de conta

* Exceções: água-de-colônia, arco-

-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-

-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará,

à queima-roupa.

4. Usa-se o hífen nos compostos entre

cujos elementos há o emprego do

apóstrofo. Exemplos:

gota-d’água, pé-d’água


5. Usa-se o hífen nas palavras compostas

derivadas de topônimos (nomes

próprios de lugares), com ou sem

elementos de ligação. Exemplos:

Belo Horizonte —

belo-horizontino

Porto Alegre —

porto-alegrense

Mato Grosso do Sul —

mato-grossense-do-sul

Rio Grande do Norte —

rio-grandense-do-norte

África do Sul —

sul-africano

6. Usa-se o hífen nos compostos que

designam espécies animais e botânicas

(nomes de plantas, flores, frutos,

raízes, sementes), tenham ou não elementos

de ligação. Exemplos:

bem-te-vi, peixe-espada,

peixe-do-paraíso,

mico-leão-dourado,

andorinha-da-serra,

lebre-da-patagônia,

erva-doce, ervilha-de-cheiro,

pimenta-do-reino,

peroba-do-campo,

cravo-da-índia

Obs.: não se usa o hífen, quando os

compostos que designam espécies botânicas

e zoológicas são empregados

fora de seu sentido original. Observe a

diferença de sentido entre os pares:

a) bico-de-papagaio (espécie de planta

ornamental) - bico de papagaio

(deformação nas vértebras).

b) olho-de-boi (espécie de peixe) -

olho de boi (espécie de selo postal).


Uso do hífen

com prefixos

As observações a seguir referem-se ao

uso do hífen em palavras formadas por

prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou

por elementos que podem funcionar

como prefixos (aero, agro, auto, eletro,

geo, hidro, macro, micro, mini,

multi, neo etc.).

Casos gerais

1. Usa-se o hífen diante de palavra

iniciada por h.

Exemplos:

anti-higiênico

anti-histórico

macro-história

mini-hotel

proto-história

sobre-humano

super-homem

ultra-humano

2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar

com a mesma letra com que se inicia

a outra palavra. Exemplos:

micro-ondas

anti-inflacionário

sub-bibliotecário

inter-regional

3. Não se usa o hífen se o prefixo

terminar com letra diferente daquela

com que se inicia a outra palavra.

Exemplos:


autoescola

antiaéreo

intermunicipal

supersônico

superinteressante

agroindustrial

aeroespacial

semicírculo

* Se o prefixo terminar por vogal e a

outra palavra começar por r ou s, dobram-

se essas letras. Exemplos:

minissaia

antirracismo

ultrassom

semirreta

Casos particulares

1. Com os prefixos sub e sob, usa-se

o hífen também diante de palavra iniciada

por r. Exemplos:

sub-região

sub-reitor

sub-regional

sob-roda

2. Com os prefixos circum e pan,

usa-se o hífen diante de palavra iniciada

por m, n e vogal. Exemplos:

circum-murado

circum-navegação

pan-americano


3. Usa-se o hífen com os prefixos ex,

sem, além, aquém, recém, pós, pré,

pró, vice. Exemplos:

além-mar

além-túmulo

aquém-mar

ex-aluno

ex-diretor

ex-hospedeiro

ex-prefeito

ex-presidente

pós-graduação

pré-história

pré-vestibular

pró-europeu

recém-casado

recém-nascido

sem-terra

vice-rei

4. O prefixo co junta-se com o segundo

elemento, mesmo quando este se

inicia por o ou h. Neste último caso,

corta-se o h. Se a palavra seguinte começar

com r ou s, dobram-se essas letras.

Exemplos:

coobrigação

coedição

coeducar

cofundador

coabitação

coerdeiro

corréu

corresponsável

cosseno

5. Com os prefixos pre e re, não se

usa o hífen, mesmo diante de palavras

começadas por e. Exemplos:


preexistente

preelaborar

reescrever

reedição

6. Na formação de palavras com ab,

ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra

começada por b, d ou r. Exemplos:

ad-digital

ad-renal

ob-rogar

ab-rogar

Outros casos

do uso do hífen

1. Não se usa o hífen na formação de

palavras com não e quase. Exemplos:

(acordo de) não agressão

(isto é um) quase delito

2. Com mal*, usa-se o hífen quando

a palavra seguinte começar por vogal,

h ou l. Exemplos:

mal-entendido

mal-estar

mal-humorado

mal-limpo

* Quando mal significa doença, usa-

-se o hífen se não houver elemento de


ligação. Exemplo: mal-francês. Se

houver elemento de ligação, escreve-

-se sem o hífen. Exemplos: mal de

lázaro, mal de sete dias.

3. Usa-se o hífen com sufixos de origem

tupi-guarani que representam

formas adjetivas, como açu, guaçu,

mirim. Exemplos:

capim-açu

amoré-guaçu

anajá-mirim

4. Usa-se o hífen para ligar duas ou

mais palavras que ocasionalmente se

combinam, formando não propriamente

vocábulos, mas encadeamentos

vocabulares. Exemplos:

ponte Rio-Niterói

eixo Rio-São Paulo

5. Para clareza gráfica, se no final

da linha a partição de uma palavra ou

combinação de palavras coincidir com

o hífen, ele deve ser repetido na linha

seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta-

-se que ele foi viajar.

O diretor foi receber os ex-

-alunos.



.
fonte: Editora Melhoramentos / Abril de 2009 (adaptado pelo professor Rone)

texto descritivo

TEXTO DESCRITIVO



Segundo Othon M. Garcia (1973), "Descrição é a representação verbal de um objecto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem."

Apreendemos o mundo com nossos sentidos e transformamos nossa percepção em palavras. Das diferenças de sensibilidade de cada observador decorre o predomínio da abordagem objetiva ou subjetiva.
Descrição objetiva



Na descrição objetiva não mostramos as


nossas impressões pessoais, descrevemos


o elemento da forma real que nos permite


vê-lo.
Observe, neste trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, uma descrição objetiva de Capitu:



“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.”
Descrição subjetiva



Na descrição subjetiva acabamos retratando


o objeto de acordo com nosso ponto de


vista, ou seja, envolvemo-nos


emocionalmente, expressando o nosso


ponto de vista.
 
Veja um exemplo retirado do livro Inocência, do autor Taunay.



“Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho atado atrás da nuca.


Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante.


Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos aponto de projetarem sobras nas momosas faces.


Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado
 
Como se descreve



De acordo com os objetivos de quem escreve, a descrição pode privilegiar diferentes aspectos:


• pormenorização–corresponde a uma persistência na caracterização de detalhes;


• dinamização–é a captação dos movimentos de objetivos e seres;


• impressão–são os filtros da subjetividade, da atividade psicológica, interpretando os elementos observados.
 
Descrição de pessoas



Cabelos Compridos


_ Coitada da Das Dores, tão boazinha...


Das Dores é isso, só isso –boazinha. Não possui outra qualidade. É feia, é desengraçada, é inteligente, é magérrima, não tem seios, nem cadeiras, nem nenhuma rotundidade posterior; é pobre de bens e de espírito; é filha daquele Joaquim da Venda, ilhéu de burrice ebúrnea –isto é, dura como o marfim. Moça que não tem por onde se lhe pegue fica sendo apenas isso –boazinha.


_ Coitada daDas Dores, tão boazinha...


Só tem uma coisa a mais que as outras –cabelo. A fita da sua trança toca-lhe a barra da saia. Em compensação, suas idéias medem-se por frações de milímetro, tão curtinhas são. Cabelos compridos, idéias curtas –já o dizia Schopenhauer.


A natureza pôs-lhe na cabeça um tablóide homeopático de inteligência, um grânulo de memória, uma pitada de raciocínio –e plantou a cabeleira por cima. Essa mesquinhez por dentro. Por fora ornou-lhe a asa do nariz com um grão de ervilha, que ela modestamente denomina verruga, arrebitou-lhes as ventas, rasgou-lheboca de dimensões comprometedoras e deu-lhe uns pés...Nossa Senhora, que pés! E tantas outras pirraças lhe fez que ao vê-la todos dizem comiserados:


_ Coitada da Das Dores, tão boazinha...


(Monteiro Lobato)

b) Descrição de objetos:

c) Descrição de ambientes:



Cidadezinha cheia de graça...


Tão pequenina que até causa dó...


Com seus burricos a pastar na praça...


Sua igrejinha de uma torre só...


Nuvens que vêm, nuvens e asas,


Não param nunca, nem um só segundo...


E fica a torre, sobre as velhas casas,


Fica cismando como é vasto o mundo !


Eu que de longe venho perdido,


Sem pouso fixo (a triste sina! ),


Ah, quem me dera ter lá nascido !


Lá toda a vida poder morar !


Cidadezinha... Tão pequenina


Que toda cabe num só olhar !


(Mário Quintana)
 
ELEMENTOS PREDOMINANTES NA DESCRIÇÃO



• Frases nominais (sem verbo) ou orações em que predominam verbos de estado ou condição


“Sol já meio de esguelha, sol das três horas. A areia, um borralho de quente. A caatinga, um mundo perdido. Tudo, tudo parado: parado e morto”.(Mário Palmério)
 
•Frases enumerativas: seqüência de nomes, geralmente sem verbo



“A cama de ferro; a colcha branca, o travesseiro com fronha de morim. O lavatório esmaltado, a bacia e o jarro. Uma mesa de pau, uma cadeira de pau, o tinteiro, papéis, uma caneta. Quadros na parede.”(Érico Veríssimo)
 
•Adjetivação: caracterizadores qualificando nomes



A pele da cabocla era desse moreno enxuto e parelho das chinesas. Tinha uns olhos graúdos, lustrosos e negros como os cabelos lisos, e um sorriso suave e limpo a animar-lhe o rosto oval de feições delicadas.(Érico Veríssimo)
 
•Figuras de linguagem:recursos expressivos, geralmente em linguagem conotativa. As mais usadas na descrição são a metáfora, a comparação, a prosopopéia, a onomatopéia e a sinestesia.



“O rio era aquele cantador de viola, em cuja alma se refletia o batuque das estrelas nuas, perdidas no vácuo milenarmente frio do espaço...Depois ele ia cantando isso de perau em perau, de cachoeira em cachoeira... “
 
•Sensações:sinestesia



“Os sons se sacodem, berram...Dentro dos sons movem-se cores, vivas, ardentes...Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro...Dentro dos cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais...Tatos, sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre...”(Graça Aranha)
 
Não se esqueça, então, de que:



a)Percebemos ou observamos com todos os sentidos, e não apenas com os olhos;


b)Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular;


c)A descrição serve como plano de fundo para a construção de outros textos;


d)A descrição também é um texto que expressa o ponto de vista do autor.
 
fonte:http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&source=hp&biw=1276&bih=559&q=texto+descritivo+p.p.t&btnG=Pesquisa+Google&rlz=1R2MOOI_pt-BRBR415&aq=f&aqi=&aql=&oq=texto+descritivo+p.p.t&fp=7cffb6e06da01d57
(adaptado pelo professor Rone)
Alunos : Weslley Matheus, Andew Pendo, Rodrigo Gotti.
Série : 1º C
                          Historia da Língua Portuguesa
O português desenvolveu-se na parte ocidental da Penisula iberica a partir do latim falado trazido pelos soldados romanos desde o século III a. A língua começou a diferenciar-se das outras línguas romanicas depois da queda do Império Romano e das invasões barbaras no século V d.C.. Começou a ser usada em documentos escritos cerca do século IX DC, e no século XV DC já se tinha tornado uma língua com uma rica literatura.
Em 30 a.C., os romanos conquistaram a parte ocidental da Península Ibérica, composta principalmente pelas províncias romanas da [Lusitânia] e da Galecia (actualmente, essa região compreende as regiões centro-norte de Portugal e a recentemente constituída euro-região Galiza-Norte de Portugal). Até então estes povos tinham-se mantido autónomos. Os soldados romanos trouxeram com eles uma versão popular do Latim, o Latim Vulgar, do qual se acredita que descendem todas as línguas latinas e que contribuiu com cerca de 90% do léxico do português. Embora a população da Península Ibérica se tenha estabelecido muito antes da colonização romana, poucos traços das línguas ibéricas nativas persistiram no português moderno. Os únicos vestígios das línguas anteriores encontram-se numa parte reduzida do léxico e na toponímia da Galiza e Portugal.
== , língua etc. perderam-se, porque não havia uma renovação do contingente de pessoas e o seu grupo era em número reduzido. Uma segunda leva foi mais lenta, não recebeu terras e foi constituída por grande número de pessoas devido à proximidade das terras ocupadas com as fronteiras internas do Império Romano.
O despertar da língua portuguesa

 Reconquista
Já na época romana existiam duas provincias diferentes nos territórios em que se formou a língua portuguesa, a antiga província romana da Lusitânia e a província da Galécia, a norte. A língua portuguesa desenvolveu-se principalmente no norte de Portugal e na Galiza, nos condados lucense, asturicense e bracarense da província romana da Galécia coincidentes com o território político do Reino Suevo, e só posteriormente, com a Reconquista foi avançando pelo que atualmente é o centro-sul de Portugal. Porém, a configuração atual da língua foi largamente influenciada por dialectos moçárabes falados no sul, na Lusitânia. Durante muito tempo, o dialecto latino dessa província romana e depois do Reino Suevo desenvolveu-se apenas como uma língua falada, ficando o latim reservado para a língua escrita.

Os descobrimentos portugueses

 Descobrimentos portugueses


Sagres, no antigo "Promontorium Sacrum" romano - dedicado ao deus Saturno. Símbolo dos descobrimentos portugueses, no século XV era o centro mundial e líder em ciência e tecnologia. (cortesia IPPAR)
Entre os séculos XIV e XVI, com os descobrimentos portugueses, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões das Ásia, África e América. Pelo século XVI tornou-se uma "Língua Franca" nas Ásia e África, usada não só pela administração colonial e comércio, mas também para comunicação entre os oficiais locais e os europeus de todas as nacionalidades. Vários reis do Ceilão (actual Sri Lanka) falavam português fluentemente, e os nobres normalmente tinham nomes portugueses. O alastramento da língua foi ajudado por casamentos mistos entre portugueses e as gentes locais (algo muito comum também noutras zonas do mundo), e a sua associação com os esforços missionários católicos levaram a que a língua fosse chamada de "Cristã" em muitos locais. A língua continuou popular mesmo com várias medidas contra ela levadas a cabo pelos holandeses no Ceilão e na Indonésia.
Algumas comunidades cristãs que falavam português, nas Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de se isolarem de Portugal, e desenvolveram-se pelos séculos em vários crioulos de base portuguesa. Muitas palavras portuguesas também entraram no léxico de muitas outras línguas, tais como "sepatu" que vem de "sapato" em Indonésio, "keju" que significa "queijo" em Malaio, "meza" (de "mesa") em Swahili além de várias palavras japonesas de origem portuguesa.



FONTE : http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_l%C3%ADngua_portuguesa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Morre símbolo da luta contra anorexia

E.E.Antônio Valadares
Alunos: Anielle, Elisandro, Thais, Yara Kelly, Rayane, 09/01/2011
Professor: Roni
Série: 2º'A'

Fato Principal: Anorexia
Pessoas envolvidas: Isabelle Caro e seus familiares
Quando aconteceu: 17 de Novembro de 2010
Lugar: França
Como aconteceu o fato: Por ela sofrer de uma doença grave, desde seus 13 anos de idade
Por que o fato aconteceu: Pelo seu sofrimento com anorexia

Morre símbolo da luta contra anorexia
A ex-modelo e atriz francesa Isabelle Caro morre após anos lutando contra a anorexia.
Em 2007, Isabelle Caro posou nua para uma campanha contra a anorexia. Com a publicação das fotos, Isabelle queria despertar a consciência das pessoas para uma doença que atinge muitas jovens, principalmente mulheres.
A atriz sofria dessa doença desde os seus 13 anos. Em 2006 quando pesava apenas 25 quilos para os seus 1,64 metros, ela chegou a ficar em coma e foi hospitalizada durante 15 dias por um problema no pulmão e ultimamente estava muito cansada, mas não sei a causa da morte.
E com sua morte, Marie Caro mãe de Isabelle Caro, cometeu suicídio dois meses depois de perder a filha porque se sentia culpada, ela não se conformava por terem levado Isabelle para o hospital Bichat (em Paris). Há informações de que no ano passado ela teria conseguido chegar aos 42 kg. (Folha Universal)
                                                        
                                        Antes                             Depois

A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

DIEGO PESSOA GUIMARÃES
ADRIAN GLAGAU
1° ANO D


A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


INTRODUÇÃO

            Para compreender a história da língua portuguesa deve-se contextualizar a geografia de sua formação, sua base de formação bem como relaciona-la em seu desenvolvimento ao longo da história. Desse modo, a lingua portuguesa ganha, além de uma linguagem codificada, um sentido social, como o porquê de certos países adotarem o português como lingua oficial.


ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

            Derivou-se o nosso idioma, como língua romântica, do Latim vulgar.
É bastante difícil conhecer a língua dos povos habitantes na península Ibérica antes dos Romanos dela se apossarem.
            Os Romanos ocuparam a Península Ibérica no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacifico. Houve rebeliões contra o jugo Romano.
            O Latim, língua dos conquistadores, foi paulatinamente suplantado a dos povos pré-latinos. “Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.” (Estrabão).
            O Latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica (Latim clássico).
            Era sim o denominado Latim Vulgar. O Latim Vulgar era de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático sem as preocupações de estilísticas do falar e do escrever.
            O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península : Quintiliano e Sêneca.

O Português vem do Latim vulgar

            Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.
            Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas.
            Românticas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românticas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.
            No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.
            É normal entender a influencia desses povos bárbaros foi grande sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado.

 Formação de Portugal

            No século V, vários grupos bárbaros entraram na região ibérica, destruindo a organização política e administrativa dos romanos. Entretanto é interessante notar o domínio político não corresponde a um domínio cultural, os bárbaros sofreram um processo de romanização. Neste período formaram-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.
            No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido a invasão muçulmana, estendendo –se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos e lá organizaram a luta de reconquista, que visava a retomado do território tomado pelos árabes.
            No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense.
            No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de borgonhas: Raimundo e seu primo Henrique. Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e Raimundo e lhe deu como dote o governo de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condato Portucalense. D. Henrique continua a luta contra os mouros e anexando os novos territórios ao seu condato, que vai ganhado os contornos do que hoje é Portugal.
            Em 1128, Afonso Henriques – filho de Henrique e Teresa- proclamou a independência do Condato Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão. Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal. Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total.. Dessa forma consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonhas.

A SOCIEDADE

A formação de Portugal ocorreu num período de grande transição em que se percebe que o sistema feudal em crise e, em contrapartida, o crescimento de em áreas urbanas. Então este período se resume ao período de transição do feudalismo para as atividades econômicas, como os mercadores e os negociantes de dinheiro.


EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA

            A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço ( do latim romanice que significava, falar a maneira dos romanos).
            Com várias invasões barbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente, surgiram vários destes dialetos, e numa evolução constituíram-se as línguas modernas conhecidas como: neolatinas. Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português, deste último resultou a língua portuguesa.
            O galego-português, era uma língua limitada a todo Ocidente da Península, correspondendo aos territórios da Galiza e de Portugal, Cronologicamente limitado entre os séculos XII e XIV, coincidindo ocom o período da Reconquista. Na entrada do século XIV, percebe-se maior influência dos falares do sul, notadamente na região de Lisboa; aumentando assim as diferenças entre o galego e o português.
            O galego apareceu durante o século XII e XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. Apartir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário.
            Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destaca-se alguns períodos: fase proto-histórica, do Português arcaico e do Português moderno.

FASES HISTÓRICAS DO PORTUGUÊS


• Fase proto-histórica

Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões).
• Fase do português arcáico

Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos:
a) do século XII ao século XIV, com textos em galego-português;
b) do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o portugu6es.

• Fase do português moderno
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquiri as caracteristicas do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua portuguesa também surgiram do século XVI.


GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

            O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve as expansões territorial lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que o língua portuguesa partiu do ocidente lusitano , entrou por todos os continentes: América (com o Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana ( Açores e Madeira), que fazem parte do estado português.
            Em alguns países o português é a língua oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), e apesar de incorporações de vocábulos nativos de modificações de pronúncia, mantêm uma unidade com o português de Portugal.
            Em outros locais, surgiram dialetos originários do português. E também regiões em que essa língua é falada apenas por uma peguena parte da população, como em Hong Kong e Sri Lanka.